sexta-feira, março 31, 2006

sábado, março 25, 2006

segunda-feira, março 20, 2006

Mais BBB

O paredão de logo mais deverá ser uma lavada tão grande que o padreco vai tirar pela cabeça as calcinhas de renda que ele deve usar por debaixo da batina.

O quarteto finalista ---- eu já sabia! ---- já está formado. Não confundam minha certeza com presunção. Mas é muito fácil adivinhar as preferências do público. O BBB pode ser um ‘TV Show’ como qualquer outro, repleto de capas-de-revista, mas na hora do ‘vamos ver’, o prêmio vai para quem mais se parece com a massa. E não estou falando da massa muscular e nem da massa encefálica.

Falei num desses posts anteriores que o Agustinho iria ganhar o grande milho. Mas a Mara cresceu na parada. De qualquer forma, a bola tá entre os dois. Vamos ver quem é que vai chutar pro gol.


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Queria escrever aqui, agora, sobre ‘Falcão – Os meninos do tráfico’. Mas tenho tanta coisa pra falar que prefiro organizar as idéias antes de cuspi-las de qualquer jeito. Fica pra outro dia.

Mesmo assim não posso deixar de mencionar a hipocrisia da Globo, com seus repórteres e editores indignados, fazendo biquinho diante das imagens ‘chocantes’ que o Fantástico exibiu. Se vocês acharam tão chocante assim, porque não páram de uma vez por todas de comprar sua maconha de fim de semana, de dar um tequinho na branquinha...hein? hein? Saiba que são vocês, viciados de merda, intelectuais trincados, apresentadores chapadões, que estão matando essas crianças.

E tenho dito.

segunda-feira, março 06, 2006

Eu já sabia!



Num tô falando? Meus dons proféticos só costumam falhar quando tento (toda semana, diga-se de passagem) acertar na Mega Sena. Como vocês podem ler no texto abaixo, de setembro/2005, eu já havia eleito Crash o 'melhor filme do ano'. Conhecendo, no mínimo, a temática dos outros indicados, não foi difícil prever.

O filme dos cauboiolas não tinha chance. Não com essa Academia Republicana de Hollywood. Homossexualismo envolvendo ícones sagrados da cultura rural norte-americana, em pleno Governo Bush... Não ia rolar. No máximo, um Oscar-Cala-a-Boca pro Ang Lee, que foi o que ele acabou levando mesmo.

A 'bola de neve' entre Israel e Palestinos (Munique), o escritor maldito e gay (Capote) e o inimigo do Senador anti-comunista MacCarthy (Boa Noite e Boa Sorte) também não teriam chance. Pra que acender mais a fogueira se a gente pode mijar em cima dela, não é mesmo?

Venceu o filme que critica o racismo dos americanos contra qualquer um que não tenha raízes na terra do MacDonalds. Mas não é polêmico? É sim. O tema não é espinhoso? Claro. Mas o racismo para eles é aquele assunto que é feio, que incomoda, mas que todo mundo fala que não existe, até eu e você. É como mau-hálito ou herpes. É coisa que, quanto mais se fala, se condena ou se aponta, mais sai na urina.


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Almas em rota de colisão

É raro ver um título – no caso, um subtítulo – em português, dado a um filme estrangeiro, que seja adequado e tenha a ver com a temática da obra. O “No Limite” que acompanha o título original “Crash”, é perfeito. Todos os personagens estão no limite de cometer uma besteira. A tragédia é, muitas vezes, iminente, mas raramente se concretiza. Apesar da tensão, sempre presente, todo mundo parece querer a redenção qualquer custo.

“Crash” fala de conflitos raciais, mas num sentido bem amplo. Seria muito bom se as pessoas desenvolvessem uma espécie de visão de raio-x que as permitisse olhar as outras além de suas ‘cascas’. É esse olhar que o diretor e roteirista Paul Higgis (que escreveu “Menina de Ouro”) sugere.

A narrativa costura vários personagens (dois negros ladrões de carros, uma família persa, um chaveiro ‘chicano’, um policial racista e seu parceiro ético, um diretor de TV, uma dondoca esnobe e seu marido promotor, etc) e vai tecendo uma colcha de situações-padrão que identificam os sentimentos racistas e segregadores de forma meio didática. Você até pode pensar que o filme vai levantar a bandeirinha do maniqueísmo. Mas logo essa galeria de etnias, comuns em uma cidade como Los Angeles, mostra que a cor, a raça, a procedência e a classe não servem como credencias da alma.

O roteiro usa a metáfora da colisão de automóveis para lembrar o quanto é fácil se ‘chocar’ com o próximo numa sociedade em que todo mundo está prestes a explodir. O elenco está excepcional, principalmente os desconhecidos. Don Cheadle é um dos grandes atores da atualidade, na minha humilde opinião. E ainda tem Matt Dillon, Tandie Newton, Ryan Phillipe, o rapper Ludacris (ótimo!), Sandra Bullock e Brendan Fraser. A trilha minimalista de Mark Ishan está em ponto de bala.

“Crash” é surpreendente, emocionante e otimista, assim como o filme que encabeça minha listinha ‘top ten’: "Magnólia". Os dois são bem diferentes, mas têm muitos pontos em comum. A escalada dos conflitos; a sensação de que ‘os personagens aprenderam uma lição com o que aconteceu’; a forma como as histórias entram em interseção; e o principal momento ‘magnólico’: o videoclip, no qual uma música de fazer qualquer um chorar (em Magnólia foi ‘Wise Up’ de Aimee Mann; aqui é ‘In The Deep’ de Bird York) toca inteira, coberta por imagens tocantes dos personagens em momento de profunda reflexão.

Depois dessa foi batata. Quando os créditos começaram a rolar, percebi que tinha acabado de ver um dos melhores filmes do ano.