domingo, outubro 01, 2006

Lost é a minha perdição


Essa semana, apenas nos EUA, começa a aguardadíssima terceira temporada de Lost. Desde o início da série, fiquei com vontade de escrever algo a respeito dela aqui. Aquela mistura de mistério com aventura, temperada com elementos aparentemente fantásticos conquistou a minha atenção. A produção se mostrou caprichada desde o episódio piloto, e os roteiros surpreendiam por poupar informações importantes e nocautear o espectador com revelações bombásticas, tudo na mesma cena.

Muitos arquitetam teorias, piram com o suspense e discutem a filosofia que impregna os episódios e coloca lenha na fogueira de conflitos daqueles sobreviventes. No meio dessa louca miscelânea de matemática, psicologia, ciência e fantasia, até agora poucos falaram do que mais me fascina naquela ilha: a espetacular dimensão humana dos personagens e a maneira absolutamente não-maniqueísta como são retratados. Não existe bem nem mal na tal ilhota. As aparências, aquelas que, dizem, nunca enganam, perderam o vôo 815 e não embarcaram na viagem. Todo mundo tem seus podres e suas virtudes. Ninguém é o que parece ser e, o melhor, ninguém sabe exatamente quem é!

Lost é uma experiência religiosa, quase messiânica. E nessa jornada de auto-conhecimento, nossos amigos Jack, Locke, Kate, Sawyer e companhia vão nos ajudando a conhecer quem realmente somos e qual o nosso verdadeiro papel nesse mundo.

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Atenção. A partir de agora o texto contém spoilers para quem ainda não viu a segunda temporada da série.

Não sou do tipo que acha que toda e qualquer informação, situação, fala ou objeto que apareçam nos episódios de Lost tenham alguma razão especial para ‘estarem ali’. Pelo contrário, creio que algumas questões, como a profusão de números 4, 8, 15, 16, 23 e 42 espalhados nos flashbacks dos personagens e o encontro ‘casual’ de alguns deles (ou seus parentes e amigos) antes da viagem, são apenas recursos utilizados pelos roteiristas para deixar os nerds de plantão babando de felicidade ao descobrí-los, gerando teorias instantâneas, discussões acaloradas e combustível para alimentar ainda mais a chama do mistério. Vejo isso mais como um artifício para ‘fechar o círculo’ e manter toda a trama costurada e sem pontas desamarradas, como nas novelas.

Lost é interessante também porque, nessa ânsia de descobrir detalhes e significados obscuros nos olhares e diálogos dos personagens e até nos objetos de fundo de cena, os fãs assistem cada episódio milhões de vezes, sempre com o dedo no pause.

Eu nunca fui de fazer isso. Aliás, apesar de mega-fã, assisto apenas uma vez cada episódio. A segunda vez que eu vejo, é quando a temporada sai em DVD. Por isso eu não ‘pesco’ detalhes importantes de primeira.

Bom, essa introdução toda foi para contar que descobri ontem, por acaso, uma informação inédita que: 1) pode ser a chave para compreendermos o futuro de Lost; 2) pode ser algo que os roteiristas colocaram ali imaginando que ninguém nunca fosse descobrir; 3) pode ser o segredo mais bem guardado da série; ou 4) pode ser mais uma coincidência e o maior mico da minha vida.

Estava eu curtindo a minha recém-adquirida caixa da segunda temporada quando, aos 12 minutos e 38 segundos do episódio ‘The Other 48 Days’, me deparo com um rosto não muito estranho na ilha. Este senhor é um dos sobreviventes do acidente, e estava na parte traseira do avião, junto com na Lucia, Mr. Eko e Libby. Reparem na imagem abaixo, toscamente fotografada da tela da TV:


O vovô aí não te lembra alguém? Bom, vamos aos spoilers (quem não sabe de nada e quer continuar não sabendo, pare por aqui). No intervalo entre a segunda e a terceira temporada, os produtores de Lost criaram um ‘jogo de realidade alternativa’ chamado Lost Experience. O jogo expandia a mitologia da série, envolvendo e trazendo para a nossa realidade a misteriosa organização Hanso Foundation e a Iniciativa Dharma. Através de pistas espalhadas em sites criados para o jogo, anúncios de TV fakes e outras mídias, fragmentos de um vídeo eram encontrados. Resumindo: o vídeo, gravado em segredo por uma tal Rachel Blake, mostrava mais um filme de orientação – apresentado pelo chefão Alvar Hanso – e uma reunião secreta na qual o diretor da Fundação falava sobre uma experiência envolvendo um vírus. No final das contas, o jogo revelava que Alvar Hanso era o pai da hacker Rachel e estava fora do comando da Fundação, deposto pelo sujeito do vírus, Thomas Mittlewerk. Acabou que a ‘verdade’ veio à tona – pelas mãos da suposta filha de Hanso – e o velho Alvar foi libertado do seu cativeiro para sentar novamente na sua cadeira de presidente da organização.

A questão é: vejam abaixo a incrível semelhança do figurante que está na ilha (e acabou sendo seqüestrado pelos Outros) com o Alvar Hanso (em publicada no site www.thehansofoundation.org)!


Em algum momento, numa entrevista, ao ser perguntado sobre o famoso ‘monstro’ da ilha, um produtor avisou que talvez nós já tenhamos visto, sem perceber, o ‘monstro’ na segunda temporada. Rachel Blake insinuou que Hanso era um monstro, por comandar experiências antiéticas e daninhas aos seres humanos. Será que o produtor estava se referindo a ele quando soltou essa? Isso eu não sei. Só sei que a descoberta precoce do fato de Alvar Hanso estar na ilha pode, caso seja uma informação verdadeira, colocar areia no pirão dos roteiristas de Lost. Portanto, para que o interesse pela série permaneça, vamos torcer para que isso seja apenas mais um mico da minha parte. No mínimo, vale pela curiosidade.

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Gostei de dar uma de Oliver Stone. Em breve vou postar aqui minha teoria sobre as semelhanças de Lost com Watchmen, a minissérie de Allan Moore.

Esses intrépidos publicitários e suas idéias duca#$*%@ - Parte I

Anti-rábica neles!
(Campanha-combo da Drogaria Pacheco com os produtos da Gillette)