quarta-feira, novembro 22, 2006

2 Anos

Nem a primeira moeda do Patinhas;
Nem o trenó do Kane;
Nem a Julieta do Romeu;
Nenhum tríptico de Bosch.

Nem a vila dos Buendia;
Nem a máquina do Brown;
Nem o biscoito do Scooby;
Nem toda ilusão de Escher.

Nem o monolito do Kubrick;
Nem a sopa dos gauleses;
Nem o Pégasus de Perseu;
Nem qualquer escotilha da ilha;

Nem as letras do Manfredini;
Nem o poder de Kal-el;
Nem a máscara do V;
Nem o Cálice Sagrado, nem a Arca da Aliança.

Nada na ficção e muito menos na realidade.

Ninguém conseguiu inventar ainda nada mais fantástico e precioso do que você!

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Fofinha, obrigado por me agüentar e amar – não necessariamente nessa ordem – nesses 2 anos. Te amo!

segunda-feira, novembro 20, 2006

“E o bambu?”


A essa altura todo mundo já viu a cara de ‘tóin’ do Señor Abravanel, profundamente arrependido por ter incentivado a liberdade de expressão das suas coleguinhas de trabalho. O programa me pareceu ser o saudoso ‘Domingo no Parque’.

Se tivesse acontecido na Globo, a Máfia dos Marinho tinha mandado decepar os dedos e as orelhas de todos os parentes de primeiro e segundo grau da japinha atrevida. Sem falar que ela não iria, até hoje, ter conseguido emprego neste continente.

Abaixo seguem algumas sugestões politicamente corretas para substituir o infame desfecho dessa famosa piada de pátio de escola:


Opção 1

Sílvio Santos: ‘E o bambu?’

Japinha: ‘O bambu é só uma invenção da sua cabeça.’


Opção 2

Sílvio Santos: ‘E o bambu?’

Japinha: ‘O bambu? É primo do Mário.’ (To be continued)


Opção 3

Sílvio Santos: ‘E o bambu?’

Japinha: ‘Um bilhão e quinhentas mil pessoas passando fome no mundo e você vem me perguntar do bambu?’


Opção 4

Sílvio Santos: ‘E o bambu?’

Japinha: ‘Só respondo na presença do meu advogado.’


Opção 5

Sílvio Santos: ‘E o bambu?’

Japinha: ‘Enfia no YouTube!’


Opção 6

Sílvio Santos: ‘E o bambu?’

Japinha: ‘Francamente seu Sílvio, o bambu era apenas um subterfúgio para mandar o senhor levar uma trosoba nesse furico em rede nacional.’

Tonhão



Vi uns flashes da estréia de 'Antônia', a mais nova produção mezzo-cinema-mezzo-TV na linha 'Cidade dos Homens'. Particularmente, acho louvável essa temática na TV. Esse é um público que precisa se ver, no sentido literal, e se ver representado na dramaturgia. A máxima do Joãozinho Trinta - de que 'pobre gosta de luxo e quem gosta de miséria é intelectual'´- só vale mesmo para o carnaval. Nossos novelistas (ou roteiristas de novelas, esqueci o termo correto agora) nunca passaram para o outro lado do Túnel Rebouças e só conhecem a miséria pelas páginas da National Geografic, que eles compram na Argumento do Leblon.

O foco dessa vez são quatro garotas da Brasilândia (ou Vila Brasilândia, sei lá) que formam um quarteto hip-hop. Abre parênteses. Hip-hop é o fundo do poço para a nossa cultura popular. Tirando o D2, que foi feliz em acrescentar o samba nessa receita, não dá para misturar nem hip nem hop à expressão ‘música brasileira’ numa mesma frase sem torná-la incoerente. Fecha parênteses. Mas o cenário existe e virou pano de fundo dessa mini-série. As quatro intérpretes são lindas e emprestam sinceridade e naturalidade aos seus papéis. Destaque para as coadjuvantes Sandra de Sá e a menininha, filha da Negra Li. As 2 músicas do grupo Antônia foram compostas na medida para grudar nos ouvidos e fazer a alegria dos pirateiros nas esquinas dos grandes centros e nos E-mule da vida. Mas, não há como negar, houve uma overdose: em um capítulo de uns 20 minutos, a mesma música tocou mais de 10 vezes (não contei, mas foi por aí). Algo me diz que elas, a partir do segundo programa, vão começar a dar no saco. O figurino estilo ‘Beyoncée + Sheena Easton’ também foi demais pra cabeça.

Para quem não sabe, a série é a ‘continuação’ do filme homônimo da diretora Tata Amaral. Só que, numa jogada ardilosa da Vênus Platinada, o filme, que iria estrear antes, foi sabotado para que a série fosse ao ar no buraco de programação que existe logo após o Globo Repórter. Resultado: quando o filme – agora um ‘prequel’ – estrear, a música tema já vai estar tão saturada que ninguém vai querer ver mais duas horas de ‘ô ô, Antônia vida’...

Fora isso, o programa é acima da média e merece uma conferida.