
Vi Batman - O Cavaleiro das Trevas no sábado e confesso que precisei de uns dois dias para digerí-lo. Saí da sessão meio sem saber dizer se o filme merecia a adição do sufixo aumentativo 'aço'. Hoje, saiu o veredicto: a nova aventura do morcegão corre o risco de se tornar um filme-referência. E quando eu digo referência não estou me referindo em ser provável candidato a ganhar citações em filmes de besteirol ou em quadros do Saturday Night Live. Acredito que o filme, apesar de não ter nada de inovador, possa ser lembrado no futuro como um dos melhores desta década. Com Oscar ou sem Oscar.
Falar da atuação do Heath Ledger, a esta altura, vai ser lugar comum. Basta ressaltar que nos momentos do filme em que o Coringa soltava uma tirada engraçada - e perfeitamente fora do contexto -, as poucas risadas que ouvi no cinema me pareceram bem nervosas.
Como alguns críticos já observaram (e eu já tinha lido antes de ver o filme), o Coringa de Ledger tem muito do Tyler Durden, de 'Clube da Luta' e do assassino de 'Seven, os sete crimes capitais', ambos do diretor David Fincher. Acrescento também no mix que forma a personalidade do personagem a sordidez do Jigsaw de ‘Jogos Mortais’.
Enfim, ele toma o filme de assalto e, com uma atuação enérgica, esquizofrênica, assustadora e, como todos já sabem, lamentavelmente auto-destrutiva.