quarta-feira, novembro 30, 2005

Esclarecimento

A respeito do que escrevi no último parágrafo do post abaixo, preciso esclarecer: sou RADICALMENTE CONTRA a pena de morte. O processo é demorado, tem julgamento, o cara fica preso anos a fio antes da execução, comendo e cagando dinheiro público. E no final ainda tem direito até de receber extrema-unção. Não, pena de morte não dá.

Sou a favor de algo mais prático: a eliminação imediata desse pessoal que nunca deveria ter nascido. Mas só nos casos em que o indivíduo deu provas concretas de que merece sumir do mapa. Como esses desgraçados que atearam fogo ao ônibus.

Pra quem ignora, despreza, subjuga, maltrata e desrespeita a vida dos da mesma espécie, nessas circunstâncias, esta é a única saída justa: convidá-los a engrossar as fileiras do inferno - que já deve estar lotado de políticos, advogados e bispos da Universal - antes do tempo.

Covardia

Ontem, um bando de traficantes incendiou um ônibus da linha 350, em represália à morte de um comparsa. Agrediram o motorista e não deixaram que os passageiros descessem. 12 ficaram feridos e 5 morreram, dentre eles uma criança de 2 anos.

Gente que voltava pra casa depois de um dia de trabalho. Gente que cochilava no banco ou pensava no que ia preparar para a janta. Gente que estava pouco se fudendo pra comando vermelho, terceiro comando e idiotices do tipo. Gente que só queria ter a chance de acordar no dia seguinte, sem que terroristas sem causa nem propósito cruzassem seu caminho.

Não tenho mais palavras para descrever este absurdo. Só desejo de coração que os responsáveis façam, o mais rápido possível, o check-in no inferno.

terça-feira, novembro 29, 2005

Mais corujas e outras coisas


Passei novamente pelo estacionamento do shopping e tirei mais fotos das minhas amiguinhas emplumadas. Aliás, de uma só. Percebam que na foto acima ela projetou a cabeça para a frente, ensaiando um golpe ninja certeiro no fotógrafo. Expliquei calmamente que só queria fazer uns cliques pra publicar no meu blog, e ela deixou barato dessa vez. Se fosse para a Caras, eu estaria frito.

Sabe, fico meio maravilhado com essas coisas. A ‘vida selvagem’ tentando coexistir com os verdadeiros selvagens, que somos nós. Duas corujinhas que, como sem-tetos, não encontram outra alternativa senão morar num buraco (como tantos outros de nossa espécie, que também habitam verdadeiros ‘buracos’), em pleno templo sagrado do consumo, ícone maior de nossa sociedade capitalista. Duas estranhas no ninho. Se bem que estranho mesmo é aquele shopping, que deve ter desalojado muitas corujas quando foi construído.

Pesquisei rapidamente na web e achei algumas informações sobre essa espécie. O nome não poderia ser mais apropriado: Coruja-buraqueira. Do jeito que ela quase me atacou hoje, tá mais pra 'Coruja-barraqueira' :)

Acabei esquecendo de pegar o endereço do site-fonte, mas vai assim mesmo:


“A coruja-buraqueira possui este nome pois vive em buracos cavados no solo. Embora seja capaz de cavar, vivem nos buracos abandonados de tatus, cachorro de pradaria e tocas de outros animais.

De porte pequeno, a coruja-buraqueira possui uma cabeça redonda, tem sobrancelhas brancas, olhos amarelos, e pernas longas. Ao contrário a maioria das corujas o macho é ligeiramente maior que a fêmea e as fêmeas são normalmente mais escuras que os machos. É uma ave tímida, por isso, vive em lugares sossegados.

Durante o dia ela cochila em seu ninho ou toma sol nos galhos de árvores. Possui uma visão 100 vezes mais penetrante que a visão humana e uma ótima audição. Tem vôo suave e silencioso.

Come pequenos roedores (ratos), insetos e cobras. São aves principalmente crepusculares (ativo ao entardecer e amanhecer), mas caçará, se preciso, ao longo de 24 horas.”

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Aproveito para agradecer aqui ao pessoal que comenta. Não tenho o costume de responder na própria área de comentários, como muitos fazem, porque nunca sei se a pessoa vai voltar ou não para ler a resposta. Mas não tomem isso como falta de educação ou como se eu os ignorasse. Pelo contrário! Gosto bastante quando recebo comentários de vocês. E mais ainda quando vejo que as visitas estão aumentando ‘cavalarmente’.

Então, se você comentou, receba meu ‘muito obrigado’!

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Lembram do Revenge CD, assunto desse post aqui?

Recebi por e-mail este link, onde o dito cujo está disponível para download (arquivo .rar – compactado pelo Winrar).

Para copiar pro seu HD é fácil: quando carregar o site Rapidshare, clique no botão ‘FREE’, quase no rodapé da página. Você vai ser direcionado para uma outra página. Vá novamente para o ‘final’ da página, espere a contagem regressiva terminar e clique no link ‘Revenge.rar’ que vai aparecer.

Aí é só decompactar, ouvir no volume máximo e detonar a vizinhança!

segunda-feira, novembro 28, 2005

Corujas


Eu trabalho na Barra da Tijuca. Pra quem não é do Rio, eu defino: é um grande nada, cheio de shoppings, centros empresariais, condomínios cafonas e de arquitetura medonha, habitados por gente esnobe e podre de rica (algumas somente podres). É um lugar que não tem historia, tradição, personalidade e nem sombra do espírito carioca. A playboyzada e a peruada reinam absolutos por lá.

Apesar de tudo isso, o bairro que ostenta uma ridícula estátua da liberdade de fibra de vidro não é de se jogar todo fora. A Barra possui uma extensão absurda de praia e recantos verdes que ainda não foram 100% destruídos pela besta-fera humana. Ainda, né. Porque na velocidade em que pipocam os prédios, não duvido que daqui a 20 anos aquilo se transforme no primeiro grande deserto de pedra brasileiro.

Da minha janela na empresa eu vejo o lado bom da Barra: os morros ainda não apinhados de barracos, as árvores ainda não derrubadas pelas construtoras e os pássaros ainda não abatidos por filhinhos-de-papai, apenas por esporte.


Mas no meio de todo esse caos (que, talvez, esteja apenas dentro da minha cabeça), descobri algo inusitado. Há três semanas, estava passando pelo estacionamento do shopping próximo à empresa onde trabalho quando vi as corujinhas das fotos acima. Elas moram em um buraco cavado na base de um muro. Eram quatro, mas um segurança do shopping disse que uma tinha morrido. Disse também que impediu que um imbecil levasse embora uma das bichinhas, que havia acabado de capturar.

Desde então eu tenho tentado fotografá-las. Não foi fácil. Sempre que eu chegava perto demais (o zoom da minha máquina é fraco), elas corriam em fila indiana para dentro da toca. O engraçado é que a maioria das pessoas passam e nem as percebem ali, observando o movimento com aqueles olhões amarelos, atentos a tudo.

Hoje finalmente consegui chegar bem pertinho. Acho que elas estão mais acostumadas com a presença humana. Por um lado isso é péssimo, pois as torna presas fáceis pra manés como aquele que quase engaiolou uma delas. Quando me aproximei, a que estava no chão abriu o bico e até ameaçou um ataque. Mas acho que percebeu que eu estava lá em missão de paz e relaxou. Infelizmente, tem um tempinho que não vejo mais a terceira coruja. Espero que nada de ruim tenha acontecido com ela.

Assim que conseguir mais fotos, vou publicando aqui.

Sem comentários

As moscas já começam a sobrevoar este blog novamente. Vamos espantá-las com este interessante post do jornalista Mauro Ventura, no blog No Front do Rio (Globo Online).

Parte da paisagem

O jornal informa que o roubo a transeuntes bateu o recorde dos últimos 15 anos. Até outubro, foram 29.341 casos em 2005. Imagine se todo mundo resolvesse dar queixa.

Na quarta-feira à tarde, eu vinha de carro pela Avenida Pasteur, em Botafogo, quando, perto da UFRJ, vi dois rapazes se aproximarem de uma moça com mochila e exigirem o celular. Ela entregou, esboçou uma pequena reação, eles deram um passa-fora na moça, e continuaram tranqüilamente sua caminhada. O trânsito estava lento o suficiente para permitir ver a cena, mas rápido o bastante para impedir que se parasse o carro e tentasse ajudar a vítima.

O que mais me impressionou foi a absoluta naturalidade do assalto. Não era aquela cena que a gente imagina de roubo, ainda mais à luz do dia: o ladrão agindo de maneira furtiva, olhando para os lados, dizendo "anda logo" e saindo correndo. Não. Era como se eles estivessem perguntando as horas, indiferentes à multidão que passava pelo local.

A moça tampouco saiu correndo atrás da polícia, gritou "pega ladrão!" ou se afastou às pressas da cena do crime, atrás de uma delegacia para registrar queixa. Não. Limitou-se a fechar a mochila, dar as costas e continuar a caminhada, certa de que ser roubada no Rio é tão parte do cotidiano como o mar, as montanhas, o verão e a propina do guarda.

Sobre a cena descrita acima, posso dizer que já fui protagonista de uma semelhante. 3 vezes. Carioca que é carioca de verdade merrrrmo já foi assaltado pelo menos uma vez, nessa ou em piores condições.

terça-feira, novembro 22, 2005

Qualquer semelhança é mero descaramento

UolKut é o Orkut do Uol, sacou?

Confesso que achei o filme que estão veiculando na TV legalzinho. O Orkut monstro ameaçando a cidade, soltando as irritantes frases 'Bad, bad server' e 'No donut for you', ficou hilário. Essas mensagens de erro do Orkut só não são piores que aqueles odiosos scraps coloridos que sempre travam meu Internet Explorer.

Eu só sou assinante do Uol por pura preguiça de mudar meu endereço de e-mail default, que é o mesmo há uma cacetada de tempo. Sempre tive problemas com esse provedorzinho de merda. Uma vez, quando usava o acesso discado deles, mudaram o número de acesso do Rio de Janeiro e não avisaram que os assinantes deviam baixar uma versão já atualizada do discador. Descaso puro. Por conta disso fiquei um mês sem poder acessar a internet.

Agora eles também têm seu próprio Orkut. O nome UolKut é puro oportunismo. Em vez de desenvolver um produto novo, preferem copiar. E por falar em cópia, veja abaixo onde eles se inspiraram para "criar" a logomarca do bagulho:
Quem levantou essa bola foi o blogueiro Mario AV.

Caos


Essa é do Laerte, grande filósofo dos quadrinhos. Roubei daqui.

segunda-feira, novembro 21, 2005

1 ano

Em um ano acontece muita coisa.

Dá pra construir um prédio inteirinho. Dá pra viajar pro nordeste de mula e voltar de jegue. Dá pra escrever um livro, tipo Doutor Jivago ou Guerra e Paz. Dá pra ver muitos filmes, daqueles que esquecemos logo após a sessão e também daqueles que continuam na cabeça o resto do ano. Dá pra descobrir uma centena de coisas novas e perder tantas outras. Dá pra conceber e dar à luz uma criança. Dá pra largar o cigarro e voltar correndo pra ele feito um idiota. Dá pra mudar da água pro vinho, e vice-versa. Dá pra ver o PT passar de ‘esperança nacional’ para ‘fiasco fenomenal’. Dá pra fazer merda e se desculpar, quantas vezes for necessário. Dá pra sonhar e realizar o sonho.

Hoje, eu e minha namorada completamos um ano juntos. Um ano em que deu pra perceber que, a cada dia, vai ficando mais difícil imaginar a vida sem ela.

Prarabéns pra nós, fofete. E obrigado por me agüentar um ano inteirinho sem reclamar! :)

Em sua homenagem, publico aqui a letra genial de uma das melhores músicas do ano. Uma ode a todas as musas da música!


Todas Elas juntas Num Só Ser
Lenine / Carlos Rennó

Não canto mais Babete nem Domingas
Nem Xica nem Tereza, de Ben jor;
Nem Drão nem Flora, do baiano Gil;
Nem Ana nem Luiza, do maior;
Já não homenageio Januária,
Joana, Ana, Bárbara, de Chico;
Nem Yoko, a nipônica de Lennon;
Nem a cabocla, de Tinoco e de Tonico;
Nem a tigreza nem a vera gata
Nem a branquinha, de Caetano;
Nem mesmo a linda flor de Luiz Gonzaga,
Rosinha, do sertão pernambucano;
Nem Risoflora, a flor de Chico Science,
Nenhuma continua nos meus planos.
Nem Kátia Flávia, de Fausto Fawcett;
Nem Anna Júlia do Los Hermanos.

Só você,
Hoje eu canto só você;
Só você,
Que eu quero porque quero, por querer.

Não canto de Melô pérola negra;
De Brown e Hebert, uma brasileira;
De Ari, nem a baiana nem Maria,
Nem a Iaiá também, nem minha faceira;
De Dorival, nem Dora nem Marina
Nem a morena de Itapoã;
Divina garota de Ipanema,
Nem Iracema, de Adoniran.
De Jackson do Pandeiro, nem Cremilda;
De Michael Jackson, nem a Billie Jean;
De Jimi Hendrix, nem a doce Angel;
Nem Ângela nem Lígia, de Jobim;
Nem Lia, Lily Braun nem Beatriz,
Das doze deusas de Edu e Chico;
Até das trinta Leilas de Donato,
E de Layla, de Clapton, eu abdico.

Só você,
Canto e toco só você;
Só você,
Que nem você ninguém mais pode haver.

Nem a namoradinha de um amigo
E nem a amada amante de Roberto;
E nem Michelle-me-belle, do beattle Paul;
Nem Isabel - Bebel - de João Gilberto;
E nem B.B., la femme de Serge Gainsbourg;
Nem, de Totó, na malafemmená;
Nem a Iaiá de Zeca Pagodinho;
Nem a mulata mulatinha de Lalá;

E nem a carioca de Vinícius
E nem a tropicana de Alceu
E nem a escurinha de Geraldo
E nem a pastorinha de Noel
E nem a namorada de Carlinhos
E nem a superstar do Tremendão
E nem a malaguenha de Lecuona
E nem a popozuda do Tigrão

Só você,
Hoje elejo e elogio só você,
Só você,
Que nem você não há nem quem nem quê.

De Haroldo Lobo com Wilson Batista,
De Mário Lago e Ataulfo Alves,
Não canto nem Emília nem Amélia,
Nenhuma tem meus vivas! E meus salves!
E nem Angie, do stone Mick Jagger;
E nem Roxanne, de Sting, do Police;
E nem a mina do mamona Dinho
E nem as mina – pá! - do mano Xis!

Loira de Hervê e loira do É O Tchan,
Lôra de Gabriel, o Pensador;
Laura de Mercer, Laura de Braguinha,
Laura de Daniel, o trovador;
Ana do Rei e Ana de Djavan,
Ana do outro rei, o do baião
Nenhuma delas hoje cantarei:
Só outra reina no meu coração.

Só você,
Rainha aqui é só você,
Só você,
A musa dentre as musas de A a Z.

Se um dia me surgisse uma moça
Dessas que com seus dotes e seus dons,
Inspira parte dos compositores
Na arte das palavras e dos sons,
Tal como Madallene, de Jacques Brel,
Ou como Madalena, de Martinho;
Ou Mabellene e a sixteen de Chuck Berry,
E a manequim do tímido Paulinho;
Ou como, de Caymmi, a moça prosa
E a musa inspiradora Doralice;
Se me surgisse uma moça dessas.
Confesso que eu talvez não resistisse;
Mas, veja bem, meu bem, minha querida;
Isso seria só por uma vez,
Uma vez só em toda a minha vida!
Ou talvez duas... mas não mais que três...

Só você...
Mais que tudo é só você;
Só você...
As coisas mais queridas você é:

Você pra mim é o sol da minha noite;
É como a rosa, luz de Pixinguinha;
É como a estrela pura aparecida,
A estrela a refulgir, do Poetinha;V
ocê, ó flor, é como a nuvem calma
No céu da alma de Luiz Vieira;
Você é como a luz do sol da vida
De Steve Wonder, ó minha parceira.
Você é pra mim o meu amor,
Crescendo como mato em campos vastos,
Mais que a gatinha para Erasmo Carlos;
Mais que a cigana pra Ronaldo Bastos;
Mais que a divina dama pra Cartola;
Que a domna pra Ventadorn, Bernart;
Que a honey baby pra Waly Salomão
E a funny valentine pra Lorenz Hart.

Só você,
Mais que tudo e todas, é só você;
Só você,
Que é todas elas juntas num só ser

domingo, novembro 20, 2005

O cachorro mais feio do mundo

Ou melhor, ex-cachorro. Infelizmente, ele morreu ontem, 19/11. Apesar de ter essa cara de zumbí, ele estava vivo. Aliás, se esperasse mais um dia, ele morria no dia de Zumbí dos Palmares (Rá, rá, rá, sem graça...).

A foto aí em cima não é montagem nem ‘photoshop’. O bicho era assim mesmo. Nem se dessem uma manga pra ele chupar, conseguiria ficar mais feio.

Sam era seu nome. Viveu 15 anos e foi eleito em 2003 o ‘cão mais feio do mundo’. Merecido. Ninguém era páreo para ele. Ficou famosão na Internet e sua dona até fez um blog para ele.

Adeus, Sam. Tenho certeza de que o céu dos cães vai te receber com rabinhos abanando de alegria. Só que agora ninguém mais por lá vai conseguir dormir de luz apagada.

terça-feira, novembro 15, 2005

O Rio de Janeiro continua rindo



Lagoa e Parque Lage, dois instantâneos produzidos num feriado ensolarado. Só pra lembrar que a minha cidade é linda, apesar de não ter planejamento, governo, segurança, saúde, educação e nem vergonha na cara.

Versão brasileira

Um dia eu também achei que era compositor. Escrevi umas letras bem bregas. Fazia até as melodias. Fiz até uma versão em português para “I Don´t Want to Wait” da Paula Cole, tema do seriado Dawson's Creek. A série era xarope, mas eu gostava da música. E Paula Cole começou como backing vocal do mestre Peter Gabriel.

A versão ficou bem lapidada. A letra até fazia sentido. Pra ajudar, a original tinha apelo de hit instantâneo. Imaginava vender a música pra um desses cantores da corno-music, tipo Paulo Ricardo. E sonhava ficar rico como aquele Zé-pocilga que compôs o ear-worm ‘Poeiraaaaaa’, da Ivete Sangalo, que infernizou o país por um longo e angustiante período.

A questão é que todo mundo acha que fazer versão de uma música boa, seja ela de sucesso ou não, é garantia de lucro. Tem gente que faz versões de sucessos antigos. Outros fazem versões de seus próprios sucessos. Muitos destroem canções em escala industrial, como os KLBs e Sandyjuniors da vida. Uma pequena parcela fica cavoucando musicas semi-desconhecidas pra dar ‘novas roupagens’ e pagar de autor da obra frente aos menos informados. E nessa sanha para pipocar um sucesso radiofônico, duas cantoras brasileiras acabam de lançar versões distintas para uma mesma canção. Um caso raro de oportunismo simultâneo.

O chupado da vez foi Damien Rice, mais/menos conhecido pela balada ‘The Blower´s Daughter’, do filme Closer, uma balada folk com melodia talhada para o sucesso. Zélia Duncan fez uma versão e deu pra Simone gravar. Resultado: já é tema de um dos principais casais da novela Belíssima. Ana Carolina - cantora de voz potente, porém sem freios – lascou sua própria versão e gravou com Seu Jorge. Não tem estação no dial que não esteja tocando, pelo menos uma vez a cada hora. Para uma melodia que já era assoviável, duas letras fáceis pro netinho e a vovó cantarem sem errar e acenderem os isqueiros nos shows.

Então, quem ganha? ‘Então me diz’ da Simone ou ‘É isso aí’ da Ana Carolina? Ora, quem tiver o jabaculê mais encorpado, é lógico!

Presente!

Estou de volta. Não viajei, não adoeci, não hibernei, não ‘secou a fonte’ e AINDA não ganhei na Mega Sena (merda!).

E também não larguei a malfadada, ingrata, desprezada, ignorada, subestimada e mal-paga profissão de redator publicitário. Tanto que estou novamente defendendo o leitinho das crianças em uma nova agência, depois de dois meses jogado na sarjeta imunda do desemprego.

Trabalho não é desculpa pra entregar este blog às traças. Se bem que o comecei por causa da inexistência absoluta de compromissos profissionais ou de qualquer natureza. Estava de bob total, com a agenda mais vazia do que a de ex-Big Brother em fim de carreira. Escrever no blog era também uma forma de exercitar a mente e de me livrar dos vícios que o trabalho anterior me havia incutido. Era pra ‘descontaminar’ mesmo, de toda a mediocridade a qual fui exposto.

Dois meses e 500 visitas depois, aqui estamos nós: eu e o blog. Dois vencedores. Só falta a porra da Mega Sena!

segunda-feira, novembro 07, 2005

Promoção no lugar de pistolão

Essa eu vi no Pânico: a agência África está sorteando 4 vagas para estágio, em troca de votos para o Prêmio Pangaré, digo, Caboré. Pois é. Se você só entrou pra faculdade de comunicação porque leu num scrap no Orkut que publicidade dá onda, fama e dinheiro, essa é a sua chance!

Utilize todo o seu vocabulário de 37 palavras e escreva uma frase criativa dizendo ‘quanto a África deve pagar para levar o Prêmio Cabuloso’, ou melhor, porque as pessoas devem votar na África para melhor agência no Prêmio Caboré’. Se sua frase for uma das escolhidas, você poderá brincar de redator de agência grande e badalada por 3 meses. E, se der sorte mesmo, poderá vir a ganhar 400 merrecas por mês e sorrisos falsos que vão fazer você lembrar a cada minuto que o que eles estão te fazendo é um grande favor.

Se a moda pega, não demora a aparecer alguém rifando vagas para Direção de Arte...

Você é Schrubles ou Bamboocha?

Se depender dos que criam as campanhas para vender refrigerantes, você é apenas idiota.

E eu que achava que só as campanhas das cervejas é que tomavam seu público como imbecil. Vide os da Nova Schin, com a repartição pública de neurônios gritando como uma horda de debilóides e influenciando seu hospedeiro - não menos lesado - num xaveco muito do sem graça com uma espetaculoira.

Tem também aquele da Boa - Bebedores Oficiais de Antártica. Boa merda.

Será que é tão difícil destacar um atributo em um produto que é quase uma unanimidade no Brasil, sem descambar para a apelação sensual (batida) e sem subestimar os consumidores que conseguem pensar sem precisar fazer esforço?

Choque entre o azul e o cacho de acácias

Começou a nova novela das 21h da Globo, Belíssima. Bateu a curiosidade e fui ver qual era. O engraçado é que o primeiro capítulo de uma novela deve sempre consumir uns 80% do orçamento de toda a produção. Tem cenas no exterior, travelling, panorâmicas, edição bem cuidada, iluminação diferenciada e tudo aquilo que você só vai ver de novo quando começar sua substituta no horário. É, porque geralmente elas terminam com edição capenga, conclusões estapafúrdias, vilões caindo de precipícios ou indo para o Pinel, e até com beijos gay censurados na última hora.

Estava tudo indo bem, até que começou a tocar a música de abertura. “Você é Linda”, na voz tremeliquenta do Caetano Veloso. Parei na hora. A merda é que essa praga de música vai acabar grudando no ouvido e é capaz até de fazer com que eu, num momento de distração, cantarole inocentemente alguns de seus versos nefastos no ônibus ou no trabalho. Que meda.