Seguinte: esta padaria volta a funcionar no ano que vem.
A partir do dia 2 vou colocar aqui a minha lista dos melhores e piores de 2005 (músicas, filmes, etc). Aguarde!
quinta-feira, dezembro 29, 2005
sexta-feira, dezembro 23, 2005
Mensagem de Fim de Ano
O ano acaba e todo mundo dana a enumerar resoluções que nunca vão cumprir. Parar de fumar e começar uma dieta são clássicas. Economizar dinheiro, entrar para uma academia e mandar para o espaço um noivado ou namoro estagnado também são comuns. Problema maior do que prometer que vai fazer isso tudo e depois culpar a rotina, o trabalho e o governo por não ter movido uma palha nesse sentido é o egoísmo das resoluções. É tudo eu, eu, eu (ou melhor, você, você, você). Já caducou a época em que se desejava promover a união dos povos e a paz mundial.
Então, contrariando todo o estereótipo que nós, publicitários, levamos décadas para construir, vou dar 5 preciosas dicas de resoluções para 2006. São pequenas atitudes que podem melhorar sua vida. Se não melhoram sua vida, melhoram o mundo. Se nem isso, pelo menos valeu a intenção.
1 – Respeite tudo o que tem vida
Você é o único animal sobre a Terra que mata por prazer. Pense nisso na hora de matar uma barata. Lembre também que centenas de milhares delas vão sapatear sobre sua cova no caso de uma hecatombe nuclear. Não maltrate os animais. Eles são os verdadeiros donos do mundo. E por mais selvagens, ameaçadores, imprevisíveis e aterrorizantes que possam ser, você é, de longe, muito mais perigoso.
2 – Valorize somente o que merece ser valorizado
Dinheiro tem o seu valor, mas não corra atrás dele como se fosse a oitava maravilha do mundo. Valorize o que te faz bem, o que te deixa feliz. Valorize o que ninguém vê, o que é pequeno, quase insignificante. Dê valor ao que te interessa. Mesmo que as coisas que te interessam sejam grandes besteiras.
3 – Encare a natureza com outros olhos
Os recursos naturais estão com os dias contados. É lógico que não vão acabar amanhã, mas se você parar de pensar um pouco no seu umbigo e se esforçar para visualizar o mundo no qual seus netos e bisnetos vão viver, vai perceber que o dia-a-dia deles não será fácil por sua causa. A árvore que você manda derrubar da sua calçada vai fazer a maior falta em 2054. Os litros d’água que você desperdiça enquanto lava seu carro, também. Plante uma muda em 2006. Se não puder, cultive uma samambaia e regue um vaso de plantas. Em último caso mije na grama, mas faça alguma coisa!
4 – Dê uma chance ao novo
Abra sua mente para novas e enriquecedoras experiências. Você não precisa deixar de lado o que já conhece e gosta. Mas é fundamental aposentar a mesmice e ventilar os neurônios com informações sempre fresquinhas. Veja filmes europeus, coreanos, iranianos. Ouça músicas novas todos os dias. Leia tudo o que pintar na sua mão. Ande de montanha-russa com os olhos abertos. Enfrente as ruas sem medo das surpresas que podem aparecer ao dobrar a próxima esquina. Isso só não vale se você mora no Rio de Janeiro, é claro.
5 – Pare de procurar o sentido da vida
Cá pra nós: este mundo é um tanto quanto idiota. Ou melhor, é bastante idiota! Não adianta decifrar os códigos, comparar fatos, tecer teorias, inventar deuses, se abismar com coincidências e tentar entender a cabeça das mulheres. O melhor é desencanar e rir de tudo.
****************************
Siga estas singelas dicas à risca e faça do seu 2006 um ano muito mais feliz. Ah, e vê se para de fumar e começa logo a queimar essa pança na esteira de alguma academia...
Então, contrariando todo o estereótipo que nós, publicitários, levamos décadas para construir, vou dar 5 preciosas dicas de resoluções para 2006. São pequenas atitudes que podem melhorar sua vida. Se não melhoram sua vida, melhoram o mundo. Se nem isso, pelo menos valeu a intenção.
1 – Respeite tudo o que tem vida
Você é o único animal sobre a Terra que mata por prazer. Pense nisso na hora de matar uma barata. Lembre também que centenas de milhares delas vão sapatear sobre sua cova no caso de uma hecatombe nuclear. Não maltrate os animais. Eles são os verdadeiros donos do mundo. E por mais selvagens, ameaçadores, imprevisíveis e aterrorizantes que possam ser, você é, de longe, muito mais perigoso.
2 – Valorize somente o que merece ser valorizado
Dinheiro tem o seu valor, mas não corra atrás dele como se fosse a oitava maravilha do mundo. Valorize o que te faz bem, o que te deixa feliz. Valorize o que ninguém vê, o que é pequeno, quase insignificante. Dê valor ao que te interessa. Mesmo que as coisas que te interessam sejam grandes besteiras.
3 – Encare a natureza com outros olhos
Os recursos naturais estão com os dias contados. É lógico que não vão acabar amanhã, mas se você parar de pensar um pouco no seu umbigo e se esforçar para visualizar o mundo no qual seus netos e bisnetos vão viver, vai perceber que o dia-a-dia deles não será fácil por sua causa. A árvore que você manda derrubar da sua calçada vai fazer a maior falta em 2054. Os litros d’água que você desperdiça enquanto lava seu carro, também. Plante uma muda em 2006. Se não puder, cultive uma samambaia e regue um vaso de plantas. Em último caso mije na grama, mas faça alguma coisa!
4 – Dê uma chance ao novo
Abra sua mente para novas e enriquecedoras experiências. Você não precisa deixar de lado o que já conhece e gosta. Mas é fundamental aposentar a mesmice e ventilar os neurônios com informações sempre fresquinhas. Veja filmes europeus, coreanos, iranianos. Ouça músicas novas todos os dias. Leia tudo o que pintar na sua mão. Ande de montanha-russa com os olhos abertos. Enfrente as ruas sem medo das surpresas que podem aparecer ao dobrar a próxima esquina. Isso só não vale se você mora no Rio de Janeiro, é claro.
5 – Pare de procurar o sentido da vida
Cá pra nós: este mundo é um tanto quanto idiota. Ou melhor, é bastante idiota! Não adianta decifrar os códigos, comparar fatos, tecer teorias, inventar deuses, se abismar com coincidências e tentar entender a cabeça das mulheres. O melhor é desencanar e rir de tudo.
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Siga estas singelas dicas à risca e faça do seu 2006 um ano muito mais feliz. Ah, e vê se para de fumar e começa logo a queimar essa pança na esteira de alguma academia...
terça-feira, dezembro 20, 2005
Homossexacionalismo

E lá vem a Veja com mais uma capa sensacionalista. Lembram das do Cazuza e Cassia Eller? É, de vez em quando baixa uma Contigo ou um Super Pop na revista semanal com o rabo mais preso do país.
E no título da matéria ainda dizem que a Ana Carolina 'saiu do armário'. Só se ela entrou de novo e não avisou a ninguém. Até o mais desavisado sabe que o armário da menina nunca teve porta. Mas, e daí se ela é bi? O Ronaldinho Gaúcho também é, e ninguém tem nada a ver com isso!
segunda-feira, dezembro 19, 2005
Trocadalho
Depois que Tati Quebra-Barraco (discípula de Cecília Meireles, encarnação de Cora Coralina) revelou em versos que “Dako é bom”, a obscura marca de eletrodomésticos ganhou mídia involuntária. Mas se o slogan-trocadilho-obsceno “Dako é bom” (segundo Tati, que fique bem claro) pegou no circuito da baixaria carioca, não vai demorar pra aparecer um contra-slogan, patrocinado pelos que não são nem um pouco chegados em Dako.
Eu sugiro a promoção de uma outra marca, essa especialmente batizada para dar o troco nessa mania de Dako que tomou conta dos bailes funk e coberturas da Barra. Não é bem uma concorrente, já que fabrica aquecedores, mas tem tudo para esquentar a briga com a marca do fogão da Tati.
Afinal, se “Dako é bom”, “Komeco é muito melhor”.
********
Falando em funk, estreou semana passada o documentário Sou feia mas tô na moda, que vi no Festival do Rio. Vale à pena ler a ‘crítica’ que escrevi na ocasião. É só clicar aqui.
Eu sugiro a promoção de uma outra marca, essa especialmente batizada para dar o troco nessa mania de Dako que tomou conta dos bailes funk e coberturas da Barra. Não é bem uma concorrente, já que fabrica aquecedores, mas tem tudo para esquentar a briga com a marca do fogão da Tati.
Afinal, se “Dako é bom”, “Komeco é muito melhor”.
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Falando em funk, estreou semana passada o documentário Sou feia mas tô na moda, que vi no Festival do Rio. Vale à pena ler a ‘crítica’ que escrevi na ocasião. É só clicar aqui.
Tá explicado
Muito trabalho + Garganta inflamada x Falta de saco – Assunto + Preguiça = Abandono de blog.
quinta-feira, dezembro 08, 2005
Abaixo a queimada
Na propaganda gratuita do Partido Verde, depois das imagens do Gabeira batendo de frente com a mula do Severino, o Alfredo Sirkis manda essa: “A nossa insignificância significou a derrota do atraso e da corrupção na Câmara”.
Político é tudo igual mesmo. Seguem a máxima do Chacrinha, que veio “para confundir, não para explicar” (ou algo parecido).
Decifrando a intenção por trás de suas palavras, a frase do Vereador afirma que o PV teve alguma responsabilidade na queda do abestado ex-Presidente da Câmara dos Deputados. Mas, se eu me lembro bem, o fidumaégua caiu mesmo por causa do “mensalinho”.
Respeito o PV (um partido que tem como bandeira a preservação do meio ambiente não deve ser tão ruim), o Deputado Gabeira, e mais ainda aquela sua atitude de peitar o gigolô de cabritas em plena sessão.
Mas usar de demagogia e falácia só vai é queimar o Verde do Partido, Sirkis. Até a última ponta.
Político é tudo igual mesmo. Seguem a máxima do Chacrinha, que veio “para confundir, não para explicar” (ou algo parecido).
Decifrando a intenção por trás de suas palavras, a frase do Vereador afirma que o PV teve alguma responsabilidade na queda do abestado ex-Presidente da Câmara dos Deputados. Mas, se eu me lembro bem, o fidumaégua caiu mesmo por causa do “mensalinho”.
Respeito o PV (um partido que tem como bandeira a preservação do meio ambiente não deve ser tão ruim), o Deputado Gabeira, e mais ainda aquela sua atitude de peitar o gigolô de cabritas em plena sessão.
Mas usar de demagogia e falácia só vai é queimar o Verde do Partido, Sirkis. Até a última ponta.
quarta-feira, dezembro 07, 2005
A morte lhe cai bem
Eu sei que sou crítico ao extremo quando comento assuntos ligados à propaganda. É um mundinho que eu conheço bem. Conheço os vícios, as intenções, os podres, os egos, as características, a linguagem, as técnicas, as armações e pelo menos mais uns 564 motivos para falar mal.
Mas nem tudo é coisa que gato enterra nesta profissão. Tem muita gente criativa e inteligente no ramo, desenvolvendo campanhas que vendem e que não são apenas alegorias vazias ou ‘uma sacada do caralho’. É o caso do pessoal que responde pela conta da Sinaf Seguros.
Nós, brasileiros, somos filhas-da-puta natos. Adoramos fazer piadinhas de mal gosto com assuntos considerados delicados. Gostamos de discutir tabus na mesa do bar, de sacanear o próximo na hora errada, de subverter valores. Transformamos o macabro e o proibido em elementos lúdicos, e nos distanciamos do que eles realmente representam para podermos entendê-los, ou mesmo para conseguirmos conviver com eles.
Só isso mesmo para explicar o sucesso da comunicação da Sinaf. Pra quem não conhece, é uma empresa que vende planos de assistência funeral. Seguros, de uma forma geral, são produtos meio delicados de vender via publicidade. Imagine a dificuldade que é persuadir pessoas a pagar por algo que elas esperam não ter que desfrutar nunca. Pois o pessoal da agência Carioca meteu o dedo na ferida. Logo nas primeiras peças – outdoors -, estamparam fotos de idosos e, ahm, digamos, pessoas ‘exóticas’ ao lado de frases bem humoradas. Todas fazendo graça com aquela que é única certeza que temos na vida: a morte. “Nossos clientes nunca voltaram para reclamar”, “Não é justo você ir para o céu e sua mulher para o SPC”, “Seguro de vida Sinaf: você vai dar graças a Deus. Pessoalmente” e “Cremação: mais uma novidade quentinha” foram algumas das frases mais legais e que deram conta do recado na campanha. Depois vieram os filmes. Em um, o defunto era jogado pra cima no velório, enquanto seus amigos e familiares cantavam "fulano é bom companheiro, ninguém pode negar!". No outro, uma viuva baranga era assediada por um garotão em pleno velório (o cara chegava até a dar uma buzinada na buzanfa da coroa).

O painel da foto foi afixado próximo ao elevado Paulo de Frontin, local com trânsito de carros intenso a qualquer hora do dia ou da noite.
A ousadia chamou a atenção de todo mundo. Muita gente discutiu ética, criatividade, adequação e o escambau. Até a imprensa deu cartaz para a polêmica campanha. Só sei que o tal plano deve ter vendido que nem flôr em porta de cemitério. Prova disso é que a campanha continua nas ruas até hoje, sempre com novas frases da mais fina ironia e da mais grossa cara-de-pau.
Mas nem tudo é coisa que gato enterra nesta profissão. Tem muita gente criativa e inteligente no ramo, desenvolvendo campanhas que vendem e que não são apenas alegorias vazias ou ‘uma sacada do caralho’. É o caso do pessoal que responde pela conta da Sinaf Seguros.
Nós, brasileiros, somos filhas-da-puta natos. Adoramos fazer piadinhas de mal gosto com assuntos considerados delicados. Gostamos de discutir tabus na mesa do bar, de sacanear o próximo na hora errada, de subverter valores. Transformamos o macabro e o proibido em elementos lúdicos, e nos distanciamos do que eles realmente representam para podermos entendê-los, ou mesmo para conseguirmos conviver com eles.
Só isso mesmo para explicar o sucesso da comunicação da Sinaf. Pra quem não conhece, é uma empresa que vende planos de assistência funeral. Seguros, de uma forma geral, são produtos meio delicados de vender via publicidade. Imagine a dificuldade que é persuadir pessoas a pagar por algo que elas esperam não ter que desfrutar nunca. Pois o pessoal da agência Carioca meteu o dedo na ferida. Logo nas primeiras peças – outdoors -, estamparam fotos de idosos e, ahm, digamos, pessoas ‘exóticas’ ao lado de frases bem humoradas. Todas fazendo graça com aquela que é única certeza que temos na vida: a morte. “Nossos clientes nunca voltaram para reclamar”, “Não é justo você ir para o céu e sua mulher para o SPC”, “Seguro de vida Sinaf: você vai dar graças a Deus. Pessoalmente” e “Cremação: mais uma novidade quentinha” foram algumas das frases mais legais e que deram conta do recado na campanha. Depois vieram os filmes. Em um, o defunto era jogado pra cima no velório, enquanto seus amigos e familiares cantavam "fulano é bom companheiro, ninguém pode negar!". No outro, uma viuva baranga era assediada por um garotão em pleno velório (o cara chegava até a dar uma buzinada na buzanfa da coroa).

O painel da foto foi afixado próximo ao elevado Paulo de Frontin, local com trânsito de carros intenso a qualquer hora do dia ou da noite.
A ousadia chamou a atenção de todo mundo. Muita gente discutiu ética, criatividade, adequação e o escambau. Até a imprensa deu cartaz para a polêmica campanha. Só sei que o tal plano deve ter vendido que nem flôr em porta de cemitério. Prova disso é que a campanha continua nas ruas até hoje, sempre com novas frases da mais fina ironia e da mais grossa cara-de-pau.
quinta-feira, dezembro 01, 2005
Quem é ruim, é ruim até dormindo
Segue abaixo a chamada de uma matéria que saiu hoje no Globo Online:
Prender um facínora desses até que ele bata as botas de velhice é, respeitadas as devidas proporções, premiá-lo com uma aposentadoria que ele nunca teria se fosse escravo da CTPS.
********
Traficantes mataram hoje supostos incendiários do ônibus. Qual das opções abaixo você acha que está correta?:
a) Os bandidos querem desmoralizar a polícia carioca, mostrando que ela não serve pra nada mesmo, já que só trabalha sob demanda e nunca preventivamente;
b) Querem posar de Madre Teresa e mostrar que no fundo daqueles corações de lata existe bondade e respeito ao próximo;
c) De olho na queda do ‘movimento’ na favela ocupada pela polícia, escolheram alguns desafortunados de alguma comunidade próxima e forjaram o ‘acerto de contas’;
d) O desejo do povo é a vontade de Deus.
Marcelo Itagiba classifica de 'falsa apologia' hipótese de traficantes terem matado os responsáveis pelo ataque ao ônibus e defende prisão perpétua para criminosos irrecuperáveis.Se o criminoso é irrecuperável, ou seja, nem lavagem cerebral à la ‘Laranja Mecânica’ pode dar jeito no infeliz, porque manter o maldito preso, gastando o meu, o seu, o nosso dinheiro o resto da vida dele? Presídio no Brasil você já sabe como é: celularzinho, maconha a rodo, quentinha na hora certa, visita íntima pra tirar o atraso, pelada aos domingos, churrascão...
Prender um facínora desses até que ele bata as botas de velhice é, respeitadas as devidas proporções, premiá-lo com uma aposentadoria que ele nunca teria se fosse escravo da CTPS.
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Traficantes mataram hoje supostos incendiários do ônibus. Qual das opções abaixo você acha que está correta?:
a) Os bandidos querem desmoralizar a polícia carioca, mostrando que ela não serve pra nada mesmo, já que só trabalha sob demanda e nunca preventivamente;
b) Querem posar de Madre Teresa e mostrar que no fundo daqueles corações de lata existe bondade e respeito ao próximo;
c) De olho na queda do ‘movimento’ na favela ocupada pela polícia, escolheram alguns desafortunados de alguma comunidade próxima e forjaram o ‘acerto de contas’;
d) O desejo do povo é a vontade de Deus.
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