segunda-feira, novembro 28, 2005

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As moscas já começam a sobrevoar este blog novamente. Vamos espantá-las com este interessante post do jornalista Mauro Ventura, no blog No Front do Rio (Globo Online).

Parte da paisagem

O jornal informa que o roubo a transeuntes bateu o recorde dos últimos 15 anos. Até outubro, foram 29.341 casos em 2005. Imagine se todo mundo resolvesse dar queixa.

Na quarta-feira à tarde, eu vinha de carro pela Avenida Pasteur, em Botafogo, quando, perto da UFRJ, vi dois rapazes se aproximarem de uma moça com mochila e exigirem o celular. Ela entregou, esboçou uma pequena reação, eles deram um passa-fora na moça, e continuaram tranqüilamente sua caminhada. O trânsito estava lento o suficiente para permitir ver a cena, mas rápido o bastante para impedir que se parasse o carro e tentasse ajudar a vítima.

O que mais me impressionou foi a absoluta naturalidade do assalto. Não era aquela cena que a gente imagina de roubo, ainda mais à luz do dia: o ladrão agindo de maneira furtiva, olhando para os lados, dizendo "anda logo" e saindo correndo. Não. Era como se eles estivessem perguntando as horas, indiferentes à multidão que passava pelo local.

A moça tampouco saiu correndo atrás da polícia, gritou "pega ladrão!" ou se afastou às pressas da cena do crime, atrás de uma delegacia para registrar queixa. Não. Limitou-se a fechar a mochila, dar as costas e continuar a caminhada, certa de que ser roubada no Rio é tão parte do cotidiano como o mar, as montanhas, o verão e a propina do guarda.

Sobre a cena descrita acima, posso dizer que já fui protagonista de uma semelhante. 3 vezes. Carioca que é carioca de verdade merrrrmo já foi assaltado pelo menos uma vez, nessa ou em piores condições.

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