quinta-feira, setembro 15, 2005

Luto no lado oeste


Morreu ontem um dos últimos grandes diretores americanos da ‘era clássica’: Robert Wise, o cara que fechou com chave de diamante a caixa dourada dos musicais hollywoodianos.

Numa época em que os musicais estavam em franca decadência, e a indústria preparava o terreno para a invasão de uma nova geração de cineastas que mudaria a cara do cinemão comercial na década seguinte (Copolla, Lucas, Spielberg e cia.), Robert Wise fez pelo menos dois grandes sucessos: A Noviça Rebelde e West Side Story.

Deste último eu falo com prazer, pois é um dos melhores filmes que já vi na vida. Sou tão aficcionado que coleciono versões da inesquecível trilha sonora. Tenho uma com José Carreras e Kiri Te Kanawa liderando os vocais; outra conduzida pelo pianista Dave Grusin; uma terceira interpretada por Dave Brubeck Quartet; um tributo pop regado a muito R&B, jazz e hip-hop; e a original.

Claro que com canções do Stephen Sondhein e os arranjos do Leonard Bernstein, pelo menos metade da qualidade do filme já estava garantida. Mas a direção criativa de Wise foi o que me fisgou na primeira vez. Os planos, a coreografia, a fotografia, a maneira como os conflitos são apresentados, a abertura inesquecível, os créditos finais pichados nos muros. Tudo é genial.

Não sei ao certo, mas acho que foi a primeira vez que o Hollywood mostrou o lado pobre e esquecido da América numa roupagem clássica de musical, mais acostumada a servir de veículo para o luxo e a alegria.

Somewere you find a place, Robert.

Foto: Natalie Wood, Richard Beymer, o diretor Robert Wise e dois papagaios de pirata ao fundo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Amo "A Noviça Rebelde" e adoro "West Side Story"! Tão bom quanto eles, foi seu texto sobre o Robert Wise.Beijos!

Anônimo disse...

Muito bacana o seu blog, rapaz! Linkei lá no Pentimento! Abração!