segunda-feira, outubro 03, 2005

Bang-Bang


A barraca do referendo já está armada. A propaganda do “Sim” e do “Não” já come solta na TV. Ainda não tomei partido, mas gostaria de colocar umas questões aqui.

A Veja lançou uma matéria repleta de argumentos para justificar o “Não”, mas ainda não li. Mas já vi que esse blá-blá-blá da bancada de parlamentares que têm o rabo-preso com a indústria das armas (“querem tirar o seu direito de escolher se quer comprar uma arma ou não”) é bem idiota.

Espero que você que esteja lendo isso saiba que DESARMAMENTO é uma coisa. PROIBIÇÃO DA FABRICAÇÃO E COMÉRCIO de armas é outra. O revólver que você tem no fundo do armário do seu quarto não será confiscado. Portanto, as chances de diminuírem as estatísticas de acidentes domésticos causados por arma não são muitas. Os crimes passionais também não serão afetados. Afinal, ninguém vai proibir a venda de facas de cozinha e canivetes.

Se quiser você pode votar “Sim” à vontade no dia 23 de outubro. Mas tenha em mente que as balas perdidas, os tiroteios diários, as blitzes de traficantes, a agressividade nos assaltos e a insegurança nas ruas e na sua casa vão continuar os mesmos. Não é proibindo a venda de armas que vão acabar com a violência. Bandido que é bandido não compra suas armas em lojas.

Por isso acho esse referendo mais do que inútil. Seria melhor se a pergunta fosse “A polícia brasileira deveria ser mais eficiente no combate ao tráfico de armas e drogas no Brasil?”

Pra finalizar, a letra de uma musiquinha que recebi via e-mail:

O REVÓRVE DO TROPEIRO
Piriska Grecco

Seu Delegado vim trazer meu revorvinho,
Que eu ganhei do meu padrinho
Quando me tornei rapaz.
E há 30 anos mora na cintura, escorando a vida dura
De tropeiro e capataz.
Com esse revórve nessas roça do destino
Já salvou muito teatino de apanhar sem merecer,
Botou respeito sem precisar falar grosso,
Com ele muito arvoroço
Não deixei acontecer.

Mas deu no rádio
Que ninguém pode andar armado,
E no rumo do povoado
Vim tirando a conclusão,
Que fiquei louco ou não entendi a notícia,
Pois pensei que a polícia
Desarmava era ladrão.

Seu delegado, se um ladrão bater na porta
Devo fugir pela outra?
Me "arresponde", sim senhor!
E se um safado me desrespeitar uma filha,
Quem vai defender a família
Do homem trabalhador?

É muito fácil desarmar quem é direito,
Quem tem nome e tem respeito,
Documento e profissão,
Muito mais fácil que desarmar vagabundo,
Desses que andam pelo mundo fazendo mal-criação.

Pra bagunceiro
O País tá encomendado, o povo tá "desdomado"
E quem manda faz que não vê,
Nosso governo,
Quem tem que prender não prende,
Não vigia, não defende
Nem deixa ser defender!

"Ô mundo véio, que tá virado,
Seu Delegado, preste atenção:
Vê se devorve o revórve do tropeiro,
Vai desarmar desordeiro
E deixe em paz o cidadão!"

Um comentário:

Anônimo disse...

Também não tomei partido, mas a balança pende pro NÃO, adicionei teu blog como um dos meus favoritos visitarei sempre =P