segunda-feira, outubro 31, 2005

Marli, uma garota do cacete


Nunca pensei que fosse dizer isso algum dia, mas achei algo na Internet que é dez mil vezes pior do que qualquer funk carioca que você já tenha tido o desprazer de escutar. O nome da figura é Marli Souza Silva, ou só Marli, a Rainha das Trevas. A julgar pela foto acima, se existisse uma associação internacional de barangas, ela ocuparia os cargos de presidente de honra, vice e suplente ao mesmo tempo e de forma vitalícia.

Mas quem é este filhote de cruz-credo? Segundo a biografia que consta no site ‘oficial’, a criatura dos infernos nasceu “nos cafundós de Ipirá, na Bahia”. Aos 11 anos perdeu a virgindade, casou aos 14 e trabalhou como “domésta”, garçonete e prostituta. Até que resolveu ser artista e utilizou toda a “energia satânica e sexual” que adquiriu lidando na ‘vida’ e com a prática do pompoarismo, pra fazer de sua música “uma arma alucinógena e poderosa”.

O problema é que Marli não tem noção do que seja ritmo. Aliás, Marli não tem a mínima noção de nada. Ela solta seus balidos sempre acompanhados de programações de um teclado daqueles bem safados. Consegue ser pior do que a ‘Madoninha’ Gisele, a capixaba queima-filme que traduziu ao pé da letra as músicas de sua musa, cantou todas com voz de cristão trancado na jaula dos leões e disseminou os petardos pela Internet, anos atrás.

Com 4 álbuns, alguns singles e 1 coletânea lançados só-Deus-sabe-onde, Marli cometeu grandes sucessos, como “Pirulito”, “Ladra de namorados” e “Uma garota do cacete”. Esta última já está rodando o mundo à bordo de mensagens spamódicas, deflagradas por gente que se amarra em propagar a babaquice alheia. Se ainda não recebeu, não tem problema: acesse o site por sua conta e risco , e baixe todas as divertidas aberrações sonoras de Marli. É ouvir e pedir pra morrer. Cult instantâneo!

::: Baixe aqui a músic... perdão, o troço Uma garota do cacete”


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Você baixou, ouviu e ainda não acredita que isso possa ser verdade? Ponto pra você. O site existe, as músicas existem, mas a Marli, provavelmente, não existe. Tem toda a cara de ser mais uma pérola do humor descompromissado e anárquico que só poderia nascer e procriar amparada na liberdade criativa que a grande rede proporciona. Apesar de pipocar em nosso país uns duzentos candidatos à fama por milésimo de segundo, acho muito difícil que a entidade/avatar Marli seja um deles. São várias as pistas de que tudo foi pensado pra rir da cara de quem acredita. As mais descaradas são as fotos obviamente alteradas, a hilária biografia, a menção à banda Portishead e o incrível cover de “Big time sensuality”, da Björk.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu acredito em tudo que vc diz, logo, não vou perder meu precioso tempo indo a este site... hahahaha Nem ouvindo este lixo! Acredito sem ouvir.
Beijoooo e obrigada por me livrar dessa!