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Cotidiano de um casal feliz
(Jay Vaquer)
ele manda em tudo, em todos
curte seu poder
e deixa a esposa em casa
pra brincar no treco
de qualquer traveco
em troca de prazer
vai saber porque
e a esposa anda malhada
fez lipoescultura
e a falta de cultura
nunca foi problema
ela tem dinheiro
pra dar e vender
lê Paulo Coelho e seicho-no-ie
vai saber porque
ele guarda no H.D.
fotos de crianças nuas, pra tirar um lazer
curte ver aquilo quando fica só
ela conta os passos que dá no trajeto
entre a terapia e a boca do pó
e até pensa em adotar alguma criatura,
pode ser uma criança ou um labrador
só depende da raça, depende é da cor
que pintar primeiro
ele faz como ninguém a cara de quem não sabe mentir
pode admitir pra ocupar o vazio da relação
mas com uma condição
não quer dar banho, nem
limpar merda o dia inteiro
eles foram ver o show da Diana Krall
que alguém falou que era genial
gritaram uhuuu do camarote
enchendo a cara de scotch
e eles têm escravos
disfarçados de assalariados
diariamente humilhados
e levantam cedo, se arrumam apressados
têm hora marcada pra falar com Deus
alguém sabe dizer o que é normal?
pode parecer tão natural
“Todo homem luta com mais bravura por seus interesses do que por seus direitos”.
Napoleão Bonaparte
Quero convidá-los para o lançamento do livro "Manual de sobrevivência nos butiquins mais vagabundos", escrito pelo Moacyr Luz e cujo projeto editorial eu coordenei para a editora Senac Rio.
O livro traz 25 crônicas ambientadas em botecos, acompanhadas de ilustrações de Jaguar e entrevistas com boêmios célebres, entre eles Lan, Sergio Cabral, Alfredinho do Bip Bip, Luiz Carlos da Vila, Ruy Castro, Paulão 7 Cordas, Tia Surica da Portela, Roberto Moura e Aldir Blanc.
O lançamento será no próximo domingo (dia 16/10), no Bar Getulio (Rua do Catete, em frente ao Museu da República), a partir das 18h, com chope da Brahma e cachaça Magnífica.
*Bonde 157 – MC Frank
Não se mexe, não se mexe
Na Chatuba é 157
Não tira a mão do volante
Não me olha e não se mexe
É o bonde da Chatuba, do artigo 157
Vai, desce do carro, olha pro chão, não se move
Me dá seu importado, que o seguro te devolve
Se liga na minha letra, olha nós aí de novo
É o Bonde da Chatuba, só menor periculoso
Audi, Civic, Honda, Citroën e o Corolla
Mas se tentar fugir
Pá! Pum! Tirão na bola ( = cabeça)
Na Chatuba é 157
Aê, parado, ninguém se mexe...
Nosso bonde é preparado, mano
Puta Que Pariu
Terror da Linha Amarela e da Avenida Brasil
Nosso bonde é preparado
Não tô de sacanagem
Um monte de homem-bomba
No estilo Osama Bin Laden
Em tempo: 157 é o artigo do Código Penal Brasileiro que trata sobre o crime de roubo.
O REVÓRVE DO TROPEIRO
Piriska Grecco
Seu Delegado vim trazer meu revorvinho,
Que eu ganhei do meu padrinho
Quando me tornei rapaz.
E há 30 anos mora na cintura, escorando a vida dura
De tropeiro e capataz.
Com esse revórve nessas roça do destino
Já salvou muito teatino de apanhar sem merecer,
Botou respeito sem precisar falar grosso,
Com ele muito arvoroço
Não deixei acontecer.
Mas deu no rádio
Que ninguém pode andar armado,
E no rumo do povoado
Vim tirando a conclusão,
Que fiquei louco ou não entendi a notícia,
Pois pensei que a polícia
Desarmava era ladrão.
Seu delegado, se um ladrão bater na porta
Devo fugir pela outra?
Me "arresponde", sim senhor!
E se um safado me desrespeitar uma filha,
Quem vai defender a família
Do homem trabalhador?
É muito fácil desarmar quem é direito,
Quem tem nome e tem respeito,
Documento e profissão,
Muito mais fácil que desarmar vagabundo,
Desses que andam pelo mundo fazendo mal-criação.
Pra bagunceiro
O País tá encomendado, o povo tá "desdomado"
E quem manda faz que não vê,
Nosso governo,
Quem tem que prender não prende,
Não vigia, não defende
Nem deixa ser defender!
"Ô mundo véio, que tá virado,
Seu Delegado, preste atenção:
Vê se devorve o revórve do tropeiro,
Vai desarmar desordeiro
E deixe em paz o cidadão!"